sábado, 15 de maio de 2010

Os próximos


Maiakovski
Poeta russo "suicidado" após a revolução de Lenin…
escreveu, ainda no início do século XX :

Na primeira noite,
eles se aproximam e
colhem uma flor de
nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não
se escondem, pisam as
flores, matam nosso cão. E
não dizemos nada.
Até que um dia, o
mais frágil deles, entra
sozinho em nossa
casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso
medo, arranca-nos a
voz da garganta. E
porque não dissemos
nada, já não podemos
dizer nada.

Depois de Maiakovski…

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com
ninguém
Ninguém se importa comigo.
Bertold Brecht (1898-1956)

Um dia vieram e levaram meu vizinho que
era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu
outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me
incomodei .
No terceiro dia vieram e levaram meu
vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...
Martin Niemöller, 1933
- símbolo da resistência aos nazistas.



Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho...
por Cláudio Humberto 09 FEV 2007
(Contributos de Boanerges Freire de Aquino em 12 05 2010)

Morto vivo

O Sentimento religioso cósmico é o mais forte e o mais nobre incitamento à pesquisa científica...........
O mistério da vida me causa a mais forte emoção. É este sentimento que suscita a beleza e a verdade, cria a arte e a ciência. Se alguém não conhece esta sensação do mistério ou não pode mais experimentar espanto ou surpresa, já é um morto vivo. Einstein, 1938.